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11 de out. de 2008

Morangos Selvagens...



Ao fundo Norah Jones e Danni Carlos,
dão o tom feminino na noite.

A luz branca fluorescente me atinge os olhos,
com seus raios "alguma coisa", dando uma
luminosidade artificial, misturada com
os poderes das cores que escorrem da Tv ligada,
no Canal Brasil, sem som.

Meus PCs,
paralizados pelas dores de seus chips High Teck,
que não suportam a posição que faz
meu corpo assumir para comanda-los.

Juntando algumas folhas A4,
tento escrever com letras grandes,
já que meus olhos ardem.
Colocar algumas palavras,
mas me faltam conscistencia e paz,

Amanhã o dia terá menos horas.
Muitas decisões à tomar,
que poderão mudar o rumo de algumas vidas.

Por isso,
sei que falar de mim,
não dá o menor Ibope.
Mas escrever sobre o que,
se nesses tempos, meu bem maior,
são esses meus parcos momentos?

De onde poderá sair alguma coisa
em letras, que não seja dessa minha
realidade?

_ Não vejo no que isso vai dar.
_ Só sei que me sinto cansado.

Nesses anos próximos que passaram,
senti a estafa em minha alma.
E o estranho é que nem em alma acredito.
O tal esgotamento me corroe, me arrebata,
arremetendo-me na direção do fechar
de olhos e não mais nem sonhar.

(Pausa)

Tomo um gole de água de côco,
acendo um cigarro imáginario,
dou a primeira tragada e logo
vem o gosto vivo do arrependimento,
conhecido a anos, corrosivo e real.

Sei que nos jantares, tenho comido
pequenos grãos de arroz e com isso,
matado, um a um, com outros venenos,
os canceres de minha vida.

Lembrei-me agora, que ando vertendo
muitas lágrimas secas ultimamente...

Chorei por filhos!
Chorei por caminhos!
Chorei meu pai, minha irmã,
alguns amores.
Chorei ideais, lutas e
minhas vitórias!
Chorei pelos filhos que não fiz,
mas que hoje, são as risadas,
de fora de hora...

Outro gole de água e olhando
minhas letras, mais de perto,
não as reconheço.
Escrever à melancolia, faz mal,
pode espantar a solidão e acordar,
um sono, ao lado, de satisfação.

No torpor das idéias,
vivo do tato,
do cheiro,
do gosto e das necessidades
do corpo da mulher.
Essa mulher!

_ Uma mulher, escolhida por mim.
_ Uma escolha, uma conquista, com gosto de amor.
_ Um beijo de boa noite, com a certeza de um amanhã.
_ De um bom dia, com gosto de um café da hora.

_ Uma mulher mais que fêmea.
_ Que do amor fizesse sua prisão,
tendo sempre as portas escancaradas,
para a decisão, suas vontades,
à liberdade.

As coisas se transformam, se mutilam.
Ficou difícil mesmo,
soprei apenas dois acordes e o SAX,
pediu desesperado, remédio pra falta de ar.

Falta sopro.
Falta regaço.
Falta romance.
Faltam olhares e cumplicidade.

_ É...

_ Falta o rasgar das roupas.
_ O sussurro do tesão.
_ O ar para os sons.
_ O remanso do instante encanto.

O Blues,
soa solto, na voz meio rouca de Norah e
com ele viajo por lugares que não mereço.

_ Me apodero das intimidades de Salvador,
Participando, fazendo parte,
de sonhos e certezas.

_ Atravesso raspando a Baia da Guanabara,
chego a Ilha do Governador, afasto de leve,
uns cabelos, cheiro e beijo a nuca inesquecivél
da morena cheirosa, louco de paixão.

_ Desviando, busco Brasília,
o poder, nos seios semi-descobertos,
da acessora gostosa.

_ Sinto ao longe a poluição de São Paulo e
logo adentrando pela janela,
cubro as pernas da menina descolada e apaixonante,
sem antes provar do semblante suave de quem sonha
o amor.

_ Passo veloz voando sobre uma onda em Floripa.
A menina é braba, lindamente pocessiva,
falando sempre que gosta de exclusividade.

_ Usando agora o combustivél a FULL,
faço força nos pedais e rumo rasteiro
para Minas, onde escondida nos trejeitos
mineiros, esta ela, ainda acordada.
Abro a porta do quarto,
deparando com um par de olhos azuis,
a relerem alguns poemas meus.

Como diz à música:

"O meu rádio relógio, mostra o tempo errado"

_ Tomo altitude, faço um tuneaux,
voltando aos cenários reais do Rio.
Onde na varanda, apenas de calcinha azul,
ela ouve Danni Carlos. jurando que
"Agora eu sei", o que aconteceu.

_ Passo sem ela perceber e encaro a floresta.
Um mar negro, imerso no verde tão cobiçado.

_ Chego a Belém, perto da praça,
dou boa noite ao porteiro e seguranças.
No elevador, com carinho e silencio,
sigo até onde deito e sem notares,
continuas dormindo, linda e passiva,
agora comigo a teu lado.

Pode ser que nem precises ter nome,
podendo ser Maria,
Carla,
Roberta,
Elaine,
Rosana,
Suzi,
Luana ou sonho.

_ Pode ser qualquer nome,
qualquer lugar...mas...
terá que ter AMOR de sobrenome
e MINHA de nome.

Ainda não acabou não,
vou comer Morangos Selvagens
e volto para namorar você.


Creative Commons License

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

3 comentários:

Unknown disse...

lindo!!!!!! lindo!!!!!!!lindo!!!!!

Estou.....em lágrimas...

bj meu.

R.Cássia Púlice disse...

Um brinde aos morangos, selvagens ou não!
Um brinde a você, saúde!!!
É o que desejo p/ sempre!
Mil Bjks!

Anônimo disse...

Poeta,

Deus te deu o poder dos sentimentos, das palavras, dos encantos... que contaminas quem te ler, fazendo florescer vida com cores, sonhos com sabores e amanhãs com esperanças... Teus sentimentos são bonitos, falas com profundezas de alma... Morangos Selvagens... muito bom e com açúcar melhor ainda! Parabéns poeta... Parabéns! Fiquei emocionada... muito!


Chorei pelos filhos que não fiz,
mas que hoje, são as risadas,
de fora de hora...

No torpor das idéias,
vivo do tato,
do cheiro,
do gosto e das necessidades
do corpo da mulher.
Essa mulher!

_ Uma mulher, escolhida por mim.
_ Uma escolha, uma conquista, com gosto de amor.
_ Um beijo de boa noite, com a certeza de um amanhã.

_ Uma mulher mais que fêmea.
_ Que do amor fizesse sua prisão,

Ainda não acabou não,
vou comer Morangos Selvagens
e volto para namorar você.


Que nunca acabe...
Que sempre tenhas Morangos Selvagens... para saborear...
És um homem fantástico!!! Kkkk

Te beijo com admiração