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19 de abr. de 2007

A festa...


Olhei para o relógio,
à hora estava certa,
tempo correto,
esperança a mil.

Olhei o lugar.
Era bonito, acochegante,
com gente bonita,
bem vestida, alegre.

Mãos no bolso atravessei
a pista de dança.
No caminho, um copo de champanhe,
alguns sorrisos, dois beijinhos,
um piano.

Parei por um instante,
escutei a musica e com
um novo cigarro, me apoio
pensativo e te procuro.

No meio de uma roda,
amigos, alguns casais
te cercavam encantados
e vigilantes, como que
te protegendo de tua
própria luz.

Nesse momento, me senti só...

Olhei você agora com mais
vontade, mais saudade.

Estavas radiante, linda mesmo.
Com teus olhos puxados,
de um azul raro.
O cabelo muito negro, levemente
maquiada.

Senti na hora o poder do teu feitiço.

Nisso o pianista começa a tocar,
músicas mais dançantes.
Assim, fui ficando mais a vontade e
acabei bem perto de você.

Em pouco tempo estávamos conversando.
Você sorria meu sorriso favorito.
Fixava teu olhar em minha boca,
fazendo meus desejos deixarem
arrepios em minha nuca.

Nesse momento, o piano se cala
e toca gostoso, Under My Skin
com Diana Krall.
Sem perceber, ficamos só nós dois.

Pensei comigo, vou viajar com ela
em meus braços.
De repente uma mão delicada,
toca a minha e com doçura, diz:

_ Vamos dançar?
_ Meu nome é Roberta.

Dançando, Roberta exalava um
cheiro de mato-novo, regado pela chuva.
Uma verdadeira perdição alucinante.

Colada em meu corpo, a negra,
de uma beleza rara, balbuciava
perguntas e respostas envolventes.

E num rodopio de nossos corpos,
te vejo saindo acompanhada.
Nesse momento, não pude mais
desgrudar os olhos de você
e do teu acompanhante.

Vocês conversavam entre sorrisos
e pequenos gestos.
Ele, muito animado.
Te fazia elogios, acendeu um cigarro,
afastou de leve, uma mecha do teu cabelo,
cochichou alguma coisa em teu ouvido,
sorrindo.

Vendo isso, agora sim, estava
alucinado, com uma raiva adolescente.
Com vontade de arrancar aquele cara
dali.

Nesse momento, Roberta pergunta:

_ Linda, não?
_ Você gosta dela?

_ É uma mulher maravilhosa.


Apenas sorri.
E apertando mais o corpo de Roberta,
junto ao meu, segui acompanhando
de longe os olhos maravilhosos que
me faziam sonhar.

Acabada a dança,
Roberta pede meu telefone,
me dá um leve beijo e se vai.

Logo me vejo envolto numa imensa
solidão.
Volto então à companhia dos casais
me deixando levar pelas conversas amenas
tão comuns nessas ocasiões.

Nesse meio tempo,
tento te adivinhar, te saber.

Saber teu jeito, trejeitos e gostos.
Teu modo de olhar, tua boca.
Imaginando sorrisos marotos.
Tuas curvas, teus caminhos,
toda você.

Olho pro lado e surge você.
Mulher presente, madura.
Que linda chama de beleza,
que só pode queimar, os
feios de coração.

Você, perfeita ao olhar um homem,
serena ao caminhar observada,
sonho e paixão em forte
movimento e altivez.
Alimento vivo, dádiva de um
deus da beleza.

Sinto teu perfume cada vez mais forte,
mais presente em mim.
Nossos olhos, como cupidos furtivos,
envergonhados, se cruzam,
por segundos apenas, como cúmplices
afeitos as duvidas do pouco conhecer.

Sei que não é mulher de ouvir
galanteios bobos, cantadas e subterfúgios.
Sinto que queres ser surpreendida,
arrastada pela paixão ao amor.
Não queres uma noite,
queres momento único.

Outro copo de champanhe,
alguns suspiros,
seguro em teu braço,
te olho forte, te faço
minha refém.

_ A conversa ta boa, mas meus olhos
já não aguentam desviar dos teus.
_ Vem dançar.

Um sorriso,
misto de uma falsa surpresa,
e um fugaz consentimento,
seguras em minha mão com firmeza
e diz;

_ Obrigada, estava mesmo querendo
descansar meus olhos também,
que estão cansados de buscarem os teus.

Nesse momento, ganhei o sorriso,
mais suave e decidido,
que poderia querer.

Com um simples ajeitar de cabelo,
deixou suas costas a mercê de minhas mãos,
que firmes abraçaram aquele corpo,
aparentemente frágil e delicado.

Com suavidade, juntamos nossos corpos.
Ela, parecendo tranquila, descontraída
e afastando um pouco a cabeça do meu peito
pergunta...

_ Porque me olhava tanto?
_ Quer me dizer alguma coisa?
_ Notei que me seguiu com o olhar,
quando fui conversar com um amigo.
_ Será que foi cuidado ou ciúme?

Sorriu delicada.
Seus olhos me fitaram com tanta intensidade,
que minhas pernas quase fraquejaram.
Minha imediata reação foi trazê-la
mais perto, mais junto do meu corpo,
tanto, que pude sentir seu coração
também acelerar.

É engraçado, não achei o momento
certo para dizer o que quero,
o que sinto e no que
quero transformá-la.
E dando asas a paixão,

Disse...

_ Apenas estranhei, já que do jeito
que saiu e logo voltou para perto
de todos, achei que poderia não estar
bem.
_ Se isso é ciúme, com certeza senti.

Nesse momento,
sem pensar em mais nada,
segurei seu rosto em minhas mãos e
sem dar chance de o momento passar,
olhei em seus olhos, que agora,
eram de um azul muito forte,
quase escuro, contrastando com
a pele muito clara, que os cercava.

E dizendo com paixão,
revelei minhas vontades.

_ A única coisa que tenho pra te dizer
é que te quero.

_ Quero agora, amanhã, sempre.
_ E sei que também me queres.
_ Sei que teu corpo tremeu ao me abraçar.
_ Sei que teu coração agora esta disparado,
em louca corrida junto ao meu.

Imediatamente parece que estávamos sós.
Nada de musica.
Nada de gente.
Nada de mundo.

_ Quero te fazer minha,
te levar em meus sonhos,
sentir teu corpo reclamar pelo meu,
ser teu enquanto fores minha,
viver com você,
nosso amor mais esperado.

_ Sei que já sofreu de amor.
_ Mas nós nos merecemos.
_ Necessitados um do outro.
_ Queremos nos pertencer.

A musica agora,
outra vez, se fez presente.
E sem esperar mais, minha mão
direita a apertou com mais força,
enquanto à esquerda, firme,
trazia sua boca junto a minha.

No momento
em que nossos lábios
iam se tocar,
você disse baixinho...

_ Não brinca comigo.
_ Se me queres como diz
e eu acredito em você, me toma,
não por uns poucos momentos
apenas.

E...

Os olhos foram se fechando.
As bocas se entreabrindo.
A luz sumindo aos poucos.
Nossos lábios, a principio,
suaves, macios, tímidos.
Logo, fogo e paixão.

Ela foi ficando pequenina
em meus braços.
Minhas mãos tatearam um corpo,
teu corpo e nada acharam.
Estávamos fundidos, siameses,
passivos, vivos, do momento,
só nosso.

O sabor,
como descrevê-lo?
O calor,
difícil esquecê-lo.
Teu gosto único,
nunca provado.
O perfume, ainda hoje,
guardado.

_ Vem, vem comigo,
deixa te mostrar o caminho
do meu coração.
_ Recebi agora, um recado,
dele, muito aflito e feliz.
Ele pede licença pra ser
um só com o teu.
_ Para que sejam verdades
nesse amor.

_ Vamos sair daqui...
_ Vamos...

Como dois loucos
e apaixonados,
saíram quase que
correndo do lugar.
Boa noite aqui,
ate breve ali.

Nos jardins, ainda apressados,
buscavam o rapaz dos carros.

_ Vamos no meu,
depois vemos o que fazer
com o teu.

_ Espera, espera um pouco.
_ Meu salto acaba que quebrar,
que vergonha.

_ Quebra o outro e vamos,
o carro chegou.
_ Melhor, vem cá.
_ Eu te levo no colo,
sobe aqui.

Lá se foi um vestido rasgado
por culpa do amor.

Chegando ao carro,
um boa noite apressado ao
valet.

_ Boa noite.
_ Boa noite, doutor.
_ Tudo bem com a moça?
_ Precisa de ajuda?

Nesse momento,
com ela ainda no colo,
bem perto do seu rosto,
o dela descansava plácido,
lindo, aninhado gostoso
em seu peito.

Com os olhos fechados,
mas com um sorrisinho
lindo e sapeca cochicha...

_ Diz pra ele que bebi
um pouco demais.
_ Alguém pode pensar
que esta me raptando.

Meio sem jeito, com
vontade de rir,
mas num esforço,
fala serio...

_ Obrigado, ela esta bem.
_ Só a estou raptando.
_ Esta sofrendo de paixão.
_ E isso não cura fácil.

Abre a porta e
com todo o cuidado do mundo,
coloca-a suave no banco do carro.
Busca seus olhos e com cara
de poucos amigos,
contendo o riso
diz...

_ Espera mais um pouco só,
estamos indo ao encontro
de nossas vontades.
_ Alimentar essa louca paixão.
_ Viver do amor seus encantos
e se eu continuar a falar,
vou morrer de vontade de
te beijar, antes de lá chagar.

Nisso, sem aviso,
ela o puxa,
colando seus lábios,
num beijo único.
Selando assim o
inicio real dessa paixão.

No caminho de algum lugar,
ele para o carro desce,
dá a volta, abre aporta,
toma sua mão e a leva
até o mar.

Ficam ali,
um tempo não contado,
apenas ouvindo suas vozes,
o barulho inebriante das ondas,
o som de seus desejos.

Com os primeiros raios de sol,
ainda abraçados,
amantes, felizes,
ela diz dengosa...

_ Como foi acontecer você
na minha vida hoje?
_ Nem vinha a essa festa.
_ Nem lembrava de você,
até te ver olhando pra mim.
_ Porque demorou tanto a sair
dos meus sonhos?

_ Diferente de você,
eu sempre soube que viria,
só para te encontrar.
_ Desde aquele jantar na semana
passada, não pude te esquecer.
_ Perguntei ao mundo e ele me disse
que estarias lá hoje.
_ Preparei meu coração e
agora ele é teu.

Com o passar dos tempos,
o casal deixou de ser único
e passou a ser sempre,
eterno, continuo.

Destino para um amor incomum,
hoje, mesmo que separados,
são quatro.
Dois corações com
seus dois frutos,
muitas lembranças,
muito carinho.



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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

16 comentários:

Anônimo disse...

Pronto, lá estou super curiosa.
Que maldade poeta...kkk
Anada logo, como continua essa festa?

Beijinhos

R.Cássia Púlice disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
R.Cássia Púlice disse...

Aguardo a conclusão...Bjks

Anônimo disse...

Bom...e agora???
Quero saber o final..rsrsr
Você sabe o quanto somos curiosas!!

Anônimo disse...

Oi pai, tá fazendo sucesso.
Uma amiga da faculdade é tua fã e me disse que adora o que você escreve.
Tá muito bom mesmo o blog e você como sempre arrasando.
Demais mesmo meu pai.
Esse último (a festa), eu sei como terminou, posso contar aqui.
Brincadeira, mas que ela era linda era mesmo e continua sendo.hahahahah

Nos falamos amanhã.

Beijos em todos aí.

Anônimo disse...

Assim estou com você, hoje e sempre.

Você pra mim...

Teus olhos que fazem baixar os meus
Teu riso que se perde em sua boca
Aí está o retrato sem retoque
Do homem a quem eu pertenço
Quando você me toma em seus braços
Você me fala baixinho
Vejo a vida cor-de-rosa
Você me diz palavras de amor
Palavras de todos os dias
E isso me toca
Entrou no meu coração
Um pouco de felicidade
Da qual eu conheço a causa
É você para mim, eu para você
Na vida, você me disse
Jurou pela vida
E desde que eu o percebo
Então sinto em mim
Meu coração que bate
Noites de amor a não acabar mais
Uma grande felicidade que toma seu lugar
Os aborrecimentos e as tristezas se apagam
Feliz, feliz até morrer
Quando você me toma em seus braços.

Te amo

B

Anônimo disse...

Acho que podemos deduzir o final desta história..rsrs Ela está bem real!! Mas nada como ler, pois suas palavras nos faz viajar!!
Bjus

Anônimo disse...

Queria te dizer assim mesmo, mas infelizmente não posso mais.

"Aonde está você agora?
Eu queria neste instante mergulhar em seus braços e abraços...
Sentir o seu calor, pois só ele consegue me aquecer e me fazer esquecer que estou só, sem você.

Aonde está seu corpo, pois o meu necessita do seu.

Queria sentir tua respiração, teu desejo, queria também os teus beijos para me acalmar, pois, meu coração pulsa forte, quando acredita que você vai chegar.

Vejo-te em meus pensamentos, sinto-o em minha ansiedade, choro com a tua ausência e sofro de saudades; pois só me resta perguntar-me aonde está você?"

Um lindo fim de semana.
Beijos e mais beijos.

Anônimo disse...

"Ao te beijar mulher,
bebi em tua boca,
todo o teu veneno,
bebi em tua boca,
todo o teu desejo.

Por isso,
seguirei envenenado
por teu gosto,
seguirei escravo do
teu desejo."


Em céus muito claros.
Por cima, de uma ilha,
muito distante, escreveste assim
no meu corpo.
Na realidade quem se envenenou fui eu.
Quem é escrava de teus desejos sou eu.
Por que não voltas?
Podemos viver de amor e paixão eternamente.

Continuo te adorando.

Beijocas

Anônimo disse...

Bom dia poeta, tô adorando, tomara que não acabe....

Mil beijocas

Anônimo disse...

Não quero perder mais um minuto desta festa!
A paixão vem sem avisar, sem pedir licença, e isto é lindo!
Saltos quebram, vestidos rasgam, mas nada pode estragar um momento apaixonante!
Rilton, você está maravilhoso nesta festa, quisera eu poder ter estado ai também..rsrsrs
Beijos

Anônimo disse...

Bom dia poeta!
O amor se fez poesia? Ou a poesia se enfeitou de festa?
Inebriante, sedutora, terna... Palavras e sentimentos enamorados de carinho.
Perfeita festa de lirismo.
Parabéns!

Anônimo disse...

Maravilhoso poeta, meus parabéns.
Por favor, continue nos brindando com suas viagens.
Beijos.

Anônimo disse...

Esta festa, foi linda...
Amor, romance, sedução, e frutos, lindos frutos...
Só voc~e, Rilton, conseguiria algo semelhante, fazer uma poesia, com a vida!!!
PArabéns!!
Beijos

Anônimo disse...

Poeta, como usa de maneira fantástica as palavras para descrever uma paixão, um amor, um ambiente, olhares, sensações, sentimentos profundos... expõem um sonho com riqueza de detalhes, tendo como ponto central a paixão e o amor. Teu sentimento por esta mulher é denso, o que enxergas nela é sublime. O querer de vocês, nesta festa é algo grandioso, olímpico, mostrando que no fundo são cúmplices, cúmplices dos desejos, do amor, da vida!!!


Olho pro lado e surge você.
Mulher presente, madura.
Que linda chama de beleza,
que só pode queimar, os
feios de coração.

Você, perfeita ao olhar um homem,
serena ao caminhar observada,
sonho e paixão em forte
movimento e altivez.
Alimento vivo, dádiva de um
deus da beleza.

_ A única coisa que tenho pra te dizer
é que te quero.

Quero agora, amanhã, sempre.
_ E sei que também me queres.
_ Sei que teu corpo tremeu ao me abraçar.
_ Sei que teu coração agora esta disparado,
em louca corrida junto ao meu.

Vem, vem comigo,
deixa te mostrar o caminho
do meu coração.
_ Recebi agora, um recado,
dele, muito aflito e feliz.
Ele pede licença pra ser
um só com o teu.
_ Para que sejam verdades
nesse amor.


Este amor é extraordinário, será interminável, permanecerá nos corações eternamente, não importa que separados estejam. Não importa o que o destino fez, vocês estão ligados pela alma, e a alma é a nossa essência!!! Parabéns poeta, és um cara FANTÁSTICO!!! Um beijo bom.

R.Cássia Púlice disse...

Linda história, verdades em poesia. Um romance maravilhosamente descrito e vivido. Parabéns! Bjks