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9 de jun. de 2007

Rasgando poemas...


Nas mãos que rasgam
poemas antigos,
surge o sangue da saudade,
emérge a sutileza do adeus,
prevalece a descrença.

O que mais ser do que viver?

Nada podemos, nada controlamos.
Somos passageiros de vontades,
de caprichos do destino,
que sorrateiros nos roubam
a alegria do seguir.

Não é bom acordar sabendo do dia.
Fica sem graça a graça do sorrir.
O elemento homem se esvai pelos
poros cansados, doentes, sem caminhos.

O ultimo olhar inocente se perde
na estrada curta da lembrança sentida,
sofrida, de quem não foi,
de quem ainda pena a vida.

Difícil dizer palavras febris,
imorais, sentidas com gosto de
sangue na boca.

Impossível voar céus de brigadeiro,
quando os vulcões arrasam com
larvas calcinantes as terras abaixo
da linha da razão.

Dizer amor, cantar paixão,
é infinito deslumbramento
de um olhar passageiro,
firme em suas desilusões.

Duro demais é ser sobrevivente.
Penoso caminho das culpas insanas.
Te quero vida preta, sem os brancos
jalecos a te rodearem.

Palavras doces, mensagens gentis,
mais fazem aflorar a questão dos porquês,
dos pecados da ignorância,
da volta com menos um.

Chorar teu rosto confiante,
não ouso fazer.
Lembrar teu corpo miúdo,
afeito ao destino,
não pude preservar.

Por isso, rasgar velhos poemas
de alegria, já não se torna tão
penoso, tão impensável, tão doído.

Volto menos firme,
menos senhor de
minhas vontades.
Sou o que restou
de um bom amor,
de uma esperança.

Seguirei com os
pensamentos vermelhos.
Sorrindo com certeza sorrisos
amarelo-verde da revolta.

Mas serei teu guia,
pois com tua vida,
ainda pequenina,
alimentarei minha crença.



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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

Publicado sob numero: T519425

4 comentários:

Anônimo disse...

Poesia linda, profunda e real!
A única certeza, é a volta ao que a vida nos reserva!!!

Anônimo disse...

Palavras que cortam e definem sentimentos fortes e verdadeiros. Triste, angustiantemente bela poesia!
Gostei!

Giu disse...

Palavras fortes, versos precisos, sutil ternura nas entrelinhas, fecho de esperança... gostei, imenso!
Grata pela visita lá nos meus Temporais.
Beijos meus,
Giulia

Anônimo disse...

Poeta, quando li teu poema, sentir vontade de te dizer estas palavras, neste momento é difícil acalentar o coração, sentir tua dor!!!

Menino bonito!

Sentes a realidade da vida!
Mas não podes rasgar tua estória!
És gente, teu amanhã é claro!
Tens muito a fazer! A dar!

Teu caminho está traçado!
Tua alegria pela vida tem que seguir!
Tua descrença é momentânea!
Tua luz te guiará!

Tua alma será acalentada, com paz!
Teus propósitos foram com luta!
Tua luta foi pela vida!
Tens uma vida pequena a cuidar!

Tua alegria será contagiante!
Teu amor é pleno!
Teu querer é futuro!
Teu dar é amor!

Acalma teu coração!
Sente a grande lição!
E segue tua missão!
Sentindo tua emoção!

Forças tem, foi presenteado!
Determinação foi te dado!
Amor e perseverança, tens na alma!
És gente da gente, menino!

Que teu amor, ecoe no universo!!!
Que chegue aos corações dos homens!
Que se faça presente sempre!!!
Que o mundo seja melhor!!

Te admiro, meu amigo!

Sorria! Tens amor no coração!

Te beijo menino! (09/06/2007)


Nas mãos que rasgam
poemas antigos,
surge o sangue da saudade,
emérge a sutileza do adeus,
prevalece a descrença.

O que mais ser do que viver?


Te beijo