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10 de ago. de 2007

Sábados inesquecíveis...


Tem dia que queremos apenas o SIM.
Nada menos que o positivo, o afirmativo do consentimento.
Hoje, agora, madrugada, com Johnny Rivers a conversar suas
musicas antigas comigo, tenho certeza que meu tempo,
o tempo passou muito rápido.

Por isso...

Do you a dance.

Como dancei e colei rostos.
Falei baixinho, mil massagens suaves,
em muitas sedas, cetins, que insistiam em cobrir
de dificuldades adolescentes, muitas costas,
muitos braços e coxas, de minhas antigas paixões.

_ Vamos dançar!

Deveria ser uma pergunta, mas que nada.
Naquela idade, perguntar ofendia.
Era a suprema época da segurança a se firmar.

Nas noites de sábado e que sábados.
As festinhas brotavam em propulsão.
Cada uma mais do arromba que a outra.

Em qual iremos?
Onde ela vai estar?
E aquela loirinha que me deu aquele sorriso lindo,
na quarta-feira,
será que encontro?

Lá longe, antes de entrar na casa da amiga,
da amiga de uma prima de um amigo meu,
escutava direto, It's Too Late
a todo volume.

Chegava, beijava todo mundo, claro que "ela",
nem pensar.
Nada de dar bola de cara...

_ Ei Stellinha, onde esta a Cuba-Libre,
estou querendo beber muito hoje,
ao menos uma dose e meia?

- Oi fofo, hoje só Hi-Fi, mas ta do arromba,
vai com calma.
- Há, quero muito falar com você depois.
- Você vai vibrar com o que eu soube.
- É sobre ela...

_ Ta bom, mas vem cá, e meu beijo?
_ Assim menina... só isso?

- Depois fofo, depois.
- Agora o Armandinho ta me esperando na sacada.

Com um copo super cheio de muita Fanta Laranja
com um pouquinho de Vodka, começava o primeiro
passeio pelo salão.
Ora uma aceno, ora um beijinho na bochecha da gordinha
simpática, muito amiga, sabia tudo de Biologia,
ou um simples olhar de matador.

Chegando num cantinho mais claro, a loirinha
do sorriso lindo, mais uma vez esta olhando com
muito interesse.
Que pena que a musica é agitada, pois com certeza,
ela pede tudo de mais romântico, que possa existir.

Passando meio de lado, o perfume meio-doce,
invade as narinas desprevenidas.
Quase o mundo se acaba naquele momento.
Que delicia, e ela com certeza esta mais linda que nunca.
Alias linda demais, mais velha demais,
adiantada demais na escola, experiente demais,
mas...

Voltando bruscamente, chega perto da mais nova paixão
de sua vida e sem demonstrar nada além de muita segurança,
mas com as mãos suando cachoeiras, pergunta.

_ Oi, a tua amiga, aquela que saiu pra dançar agora,
qual o nome dela?

- Oi, o nome dela, é Beatriz, por quê?

Tinha que ser chamar Beatriz tinha cara de Beatriz.

_ Não me leva a mal, mas ela é linda.
_ Ela tem namorado?

A velha competição feminina, nesse momento veio à tona
como um barril no oceano.

- Porque não pergunta pra ela.
- Eu em...

A vitrola continuava com musicas dançantes, mas muito agitadas.

_ Vou perguntar sim, obrigado.

E com o ar mais gelado do mundo e sem muito abrir os lábios,
ela, totalmente desinteressada, joga os cabelos pro lado e fala irritada;

- De nada.

Foi decretada a derrota.
Mas o que poderia se esperar mais que isso?
Uma abordagem dessas tira qualquer uma do serio.

Será?

Quando já se preparava pra continuar seu passeio, vem à salvação, ou ao menos esperava que assim fosse.

Califórnia Dreamin's dispara.
Não era o melhor, mas servia.

_ Oi outra vez.
_ Calma menina, posso te pedir um grande favor?

- Qual é?

_ Olha, queria muito dançar com a Beatriz.

- E?

_ Pois é. O problema é que não sei dançar muito bem.

- E?

_ Você pode me responder mais uma pergunta?

- Fala.

_ Tenho certeza que deve adorar sua amiga, não?

- Claro, é minha melhor amiga.

_ Pois é.
_ Será que ela vai gostar de dançar comigo, se não sei dançar bem?

Um sorriso deslumbrante iluminou o salão.
Um sorriso de vitória.

- Claro que não vai gostar de dançar com quem não sabe.
- Nós dançamos jazz na escola, não sabia?
- É melhor você aprender a dançar rápido...

Imediatamente a luz da conquista se acendeu dentro da cabeça do já apaixonado menino.

_ É isso que quero te falar, ou melhor, te pedir.

- Isso o que?

Como um milagre dos céus, soam os primeiros acordes de IF, enchendo literalmente o salão.

_ Você como adora sua amiga, poderia dançar comigo essa musica, assim eu aprenderia e não faria feio com a Beatriz.

E antes de dar tempo pra loirinha linda pensar, lá vão os dois pro meio do salão.

Como dançar musica lenta, queria dizer, super colado e para não mostrar nada demais, a distancia foi mantida bastante grande, para que justamente ficasse estranha.

A musica era propicia para beijos e amassos no salão, mas seguramente dava pra se conversar também.

_ Quem é aquele cara que esta dançando com a Beatriz, você sabe?

- Claro que sei, é meu irmão.
- Eles não ficam lindos dançando?

_ Ficam sim, mas não mais bonitos que nós dois.

O corpo muito leve da menina, deu uma tremidinha.
Um suspiro a mais brotou um apertar de mãos diferente surgiu.

- Modesto em...

_ Que nada, mas bonito que eles, só eu e a Beatriz.
_ Não acha?

O sorriso agora era de pura maldade e ironia.

- Você ta gamado mesmo, em?

_ Eu?

- É.

_ Estou ficando apaixonado de verdade, dá pra se notar assim tão fácil?

- Que dá, dá.
- Só fala nela.

Agora o sorriso foi por dentro.

_ Olha Celestina, pensa assim não.

- Quem é Celestina?

_ Você.
_ Espera, teu nome não é Celestina.

- Claro que não.
- Por um acaso tenho cara de Celestina?
- Eu em...
- Me chamo Paloma, Paloma viu.

As coisas estavam melhor que o esperado.

_ Claro Paloma, é que, bem, não sei por que, achei que era Celestina.
_ Também estou te vendo pela primeira vez agora.
_ Foi mal...
_ Meu nome é Ton.

- Eu sei, falei com você no grêmio outro dia, você é o presidente né.
- Fui pedir mais material pro jazz, não lembra?

_ Era você?
_ Por isso achei que já te conhecia.

Com certeza, um coração estava as gargalhadas de felicidade naqueles momentos.

- Pôxa, sou assim tão insignificante que você nem se lembrava de mim?
- Tudo bem, eu pouco me lembrava de você também.

Agora sim era hora de abraçar um pouco mais forte.
Ter mais contato, sentir mais fortes os perfumes.
Acompanhar a respiração.
Deixar de lado as bobeiras.

_ Vou tirar teu cabelo do meu rosto.
_ Eles são lindos, PALOMA, mas com eles assim,
não posso te dizer realmente o que quero.

- O que é, fala?

_ Olha eu...


Continua...


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4 comentários:

Anônimo disse...

Ler foi uma viagem ao tempo! Adorável!! Lembei de meus sábados, das festinhas também, só que agora pela ótica de um homem, como ele pensava e se portava naqueles sábados!!
Lindo!!!! Amei ler este texto!!

Anônimo disse...

Caro amigo, gosto a cada dia mais de teus contos e poemas.
Tens uma veia cômica, que ora, se sobrepõe a dramática e vice-versa.
Muito bom mesmo.

Te agradeço por mais esse conto, que nos faz viajar no tempo, quanto nos proporciona boas risadas.

Parabéns mais uma vez.

Abraço

R.Cássia Púlice disse...

Que delícia reviver a euforia das festinhas de sábado à noite! Quantas histórias...Quanta saudade...
Seus contos são como imagens refletidas com som "double stereo", na grande tela de nossas memórias...Obrigada. Bjks

Anônimo disse...

Poeta, fantástico teu relato do que realmente acontecia nas noites de sábados, onde tínhamos que implorar pra os irmãos mais velhos nos levar kkk, fora disso o papai não permitia, como era esperado estes dias luminosos, cheios de sonhos e paixões repentinas, onde os corações saiam e voltavam com taquicardia!!! Lindo viajar no tempo e sentir saudade da pureza que tínhamos!!! És feiticeiro menino!



- Pôxa, sou assim tão insignificante que você nem se lembrava de mim?
- Tudo bem, eu pouco me lembrava de você também.

Agora sim era hora de abraçar um pouco mais forte.
Ter mais contato, sentir mais fortes os perfumes.
Acompanhar a respiração.
Deixar de lado as bobeiras.

_ Vou tirar teu cabelo do meu rosto.
_ Eles são lindos, PALOMA, mas com eles assim,
não posso te dizer realmente o que quero.

- O que é, fala?

_ Olha eu...

Esta próxima fala todas nós estamos esperando... só imaginando kkkk o que cada uma gostaria de ouvir... kkkk Lindo você poeta!
Não demore em falar kkk

Te beijo