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5 de set. de 2008

O jogo da vida que segue...



Ainda arfante,
volto meus olhos para o teto branco,
e nada vejo, muito sinto, quase vivo.

Ao despertar, o ar me faltava.
De repente à vida escorria rápida
por meu peito.
O gosto da impotência preenchia o
instante desespero da busca pelo
oxigênio, mãe volátil e preciosa
de nossa existência.

O peito inflado nada mais conseguia receber.
O esforço, mesmo que premente, era pouco.
As forças estavam tomadas e não dariam
espaço necessário para a renovação.

Corro, busco ajuda nos milagres dos homens.
Aspiro suas substancias e sozinho revivo.

O som estridente da campainha soa vermelho,
as cuidadoras chegam assustadas.
Meu peito mesmo agora mais sereno,
pede socorro.
Suga a vida espalhada pelo ar e
por ele, a existência do ambiente solitário
da morte, se desenrola nas providencias tardias.

Passado o segundo susto,
agora absorto em companhia de minhas letras,
posso sentir que nada mais importante na vida há,
que a companhia...

Estranha conclusão que chego,
poucos instantes do primeiro
arfar.
Que morrer é tão fácil, eu já sabia.
Só não acreditava que poderia morrer sozinho.

Que pena, que mesmo na luta,
no momento último,
tenhamos que ir,
como por aqui chegamos...

Sós.



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2 comentários:

R.Cássia Púlice disse...

Não gosto de me despedir antes de deixar o local de partida. Gosto, se preciso, do adeus enquanto saio, buscando gravar últimas imagens, cheiros e sensações... A partida sempre me deprime... Por isso, luto para não precisar partir...
Minhas bjks!

Anônimo disse...

Poeta, é estranho, mas não consigo falar deste poema não,
quando releio passo mal, me perdoe, me desculpe...


Estranha conclusão que chego, ...


Te beijo com alegria ...