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19 de out. de 2008

Um Lago Frio Demais...



O vidro embasado permitia apenas,
uma parca imagem do exterior.
O lago calmo, gélido, murmurava convites,
à uma liberdade, a muito não vivida.

Ao te observar de longe, pude sentir,
o grande abismo que brotava do teu olhar,
perdido na mansidão de águas tão plácidas
ou na lembrança, em efêmero segredo,
das delícias de um mergulho à dois.

Eu, ao largo, só pensava você.
Lembrava dos beijos roubados,
dos amassos nos elevadores.
Do gozo proibido, sussurrando,
rápido mesmo, que nos demos ao luxo,
de viver, em plena sessão do velho
cinema Roxy.

Hoje...

Nossos dias se dividiram com outras vidas.
Nossos momentos marcam forte ainda
lembranças bem vivas.
Mesmo que nossos corpos afirmem
como o tempo passou.

Agora és dona de teus sentimentos.
Comandas tuas ações, sem solicitar
permissões, hora ou boa vontade.
Teus amores são realistas.
Teu sexo é consequencia do dia a dia.

Ontem, quando sem querer,
minha mão roçou de leve,
teu seio, no estranho cumprimento formal,
senti meu corpo acordar,
voltando a um tempo,
onde os momentos de entrega
sem regras, sem obrigações,
nos conduziam apenas ao prazer,
ao desejo , de uma vontade pura e
simples de nossos corpos.

Nossos desejos eram buscas simples
ao prazer sem dilemas.
Na satisfação sem limite,
sem prazo, sem futuro,
ou lugares certos.

Nosso tesão era apenas amor e vontades...

Quando ainda hoje passo pela praia da Barra-RJ,
na altura da antiga Via 11,
lembro daquele fim de noite,
em que, sem mais, pediste
com a voz rouca pelo tesão...

- Quero gozar você agora !!!
- Quero você, em mim, já !!!

Ao mesmo tempo em que puxava
ainda mais, tua saia, expondo de vez,
tuas pernas, seus contornos e mistérios.
A calcinha branca surgiu,
já colada a tua fonte de desejo.

Sem nem ao menos diminuir a velocidade,
estendi meu braço e tomei posse
com minha mão de tuas coxas.
Que num reflexo puramente feminino,
imediatamente se fecharam,
como que, com medo de perder
ou ceder a esse toque.

Com minha mão já entre elas,
começo a apertá-las,
a deslizar em loucas direções,
num vai e vem,
com mudanças de pressão,
de trajeto, de força.

Você se contorcia,
mordia os lábios,
se dizia arrepiada,
sorria nervosa...

Com meus dedos, as beliscava.
Hora com força,
hora, de leve,
como um delicado beijo.
Assim ia dedilhando as partes internas,
de tuas coxas, agora já bem apertadas.

Você,
com os olhos semi-cerrados,
soluçava, pedia para que eu fosse,
para você, com todo meu corpo,
que meu peso querias sentir,
com minha presença viajar.

- Anda amor, para esse carro e
me come como quiser,
agora, aqui.
- Quero ser tua já !!!

Não podia perder a calma.
Te sabia de cor e tinha
que fazer o que desejavas,
mas sem perceberes.
Tinha que ser só instinto,
que você, como fêmea,
esperava, queria isso de mim.

Te puxei pra mim e
num um beijo forte,
disse taxativo...

_ Você não pode me tocar.
_ Apenas te recosta no banco
e viaja por teus desejos.
_ Em busca de tua total satisfação.

_ Podes gemer, gritar, pedir,
chorar e gozar.
_ Mas não pode me tocar.

Acelerando ainda mais o carro,
rasguei, com um puxão apenas,
sua calcinha, desnudando-a
agora por completo.

Com tuas unhas cravadas,
no couro escuro
do banco do carro,
sorrias desafiadora.

Voltei a percorrer tuas coxas,
sem nunca tocar,
a parte que mais querias.

Fui acelerando mais e mais o carro,
ao mesmo tempo, em que agora,
meus dedos se perdiam em teu vértice,
orvalhado, cheiroso,
como só o aroma único da mulher.

Como um pianista,
em seu concerto mais importante,
ia dedilhando, com maneios e jeitos,
as partes certas de tua partitura do prazer.

Teu suco agora encharcava
minha mão.
Que independente, tomou vida própria
de vez e te levou ao mundo
dos prazeres inesperados e mais espontâneos.
Gritavas que era maldade.
Que querias retribuir o que sentias.

E eu acelerando cada vez mais o carro.
Aumentando também o ritmo,
em que me pertencias.

Continuavas a tentar me tocar,
quanto mais rápido eu brincava
com teu botão, fazendo desistires,
pois não conseguias conter teus
espasmos maravilhosos,
frenéticos, bem teus...

No momento supremo de teu gozo,
cerrastes de vez tuas pernas,
mordeste meu ombro e chorastes
linda como uma menina levada.

Um choro de alegria,
de prazer,
de mulher...

Aos poucos fui diminuindo a velocidade
do carro, até parar por completo.

Você estendida no banco ao lado,
com um sorriso na face, me olhava
com um jeito ameno, suave,
com ares de menina desprotegida.

Agora com as duas mãos livres.
te puxei com carinho para mim,
num abraço de cumplicidade e de
suprema proteção mutua.

Quase inteiramente em meu colo,
vinhas agarrada ao meu pescoço,
apoiando a cabeça em meu peito,
chegamos em casa.

Ao desligar o motor,
notei que dormias tranquila,
como menininha feliz,
depois do passeio no parque.

Com extremo cuidado,
tirei você do carro,
te carreguei no colo e
te fiz rainha pra sempre
nas lembranças de minhas vida...

_ Já vão?
_ Pena, nem deu para dar um mergulho
no lago.

- Fica pra próxima.
- Obrigado e parabéns pelo lugar,
realmente fantástico.

_ Foi um prazer recebe-los...

Apertamos as mãos e teu marido
foi para o carro te aguardar.

Logo você surgiu, linda como sempre.
Veio em minha direção, sem sorrir,
dizendo com os olhos ainda brilhando...

- Adorei o lugar, a casa e o lago,
realmente tem algo de especial.
- Nos divertimos muito.
- Dê um beijo em todos, por mim.

_ Obrigado, foi ótimo te rever.

Com um beijo no rosto,
nos despedimos e pude ouvir
claramente, mas baixinho...

- Que pena, que o lago é tão frio...

Te vi partir,
mas com a certeza,
de que nunca iriamos esquecer nossos
momentos inesperados de prazer.

Como também o amor que vivemos
em nossas loucas e repentinas
entregas...



Creative Commons License

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

2 comentários:

Anônimo disse...

Poeta me perdoe, mas como sempre vivo tuas letras, este poema me deu uma agonia, não saberia viver estes momentos não, não pelo prazer, mas como tudo aconteceu, sei lá, acho meio estranho estes prazeres, gosto de sentir a liberdade de ser! Sem proibições!!! Descreves com muita precisão o amor e as vontades com prazer só do momento!!! Parabéns menino, mas fiquei meio agoniada com tudo que senti! Kkkk Sou boba mesmo! Teu poema é forte, cheio de emoções!!! Kkk É bonito sim, eu que não sei sentir estas emoções!!! Sei não!

Ontem, quando sem querer,
minha mão roçou de leve,
teu seio, no estranho cumprimento formal,
senti meu corpo acordar,
voltando a um tempo,
onde os momentos de entrega
sem regras, sem obrigações,
nos conduziam apenas ao prazer,
ao desejo , de uma vontade pura e
simples de nossos corpos.

Nossos desejos eram buscas simples
ao prazer sem dilemas.
Na satisfação sem limite,
sem prazo, sem futuro,
ou lugares certos.

Nosso tesão era apenas amor e vontades...


Te beijo menino

R.Cássia Púlice disse...

Fantasias, lembranças, prazeres, sentimentos..."Toda forma de amor vale a pena"...
Mil Bjks