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8 de mai. de 2012

QUANDO FAZEMOS AMOR

Para o meu amor.
Poema de António Casado





Porque me perco nesses braços de vento
Entro no jogo sedutor
Subo ao céu
Voo nas tuas asas pelo infinito da tua vontade?

Porque me rasgo de prazer diante do teu olhar
Aguardo dentro de cada beijo uma promessa
Distribuo por nós a sensualidade?

Porque grito ao ouvido que te amo?
Porque repito em cada suspiro o teu nome?
Porque me abraço de lavas ao teu corpo?

Sobre a cama enrolamo-nos como linhas
Cansadas de andarem soltas pela vida…
Emaranhamo-nos num abraço sem fim!

Nem conhecemos as nossas pernas
No labirinto dos corpos suados!
Rebolamos sobre as sensações
Recriamos o jardim da fantasia
Numa película de ilustrações!

Ao mundo grito: Sou teu!
Tomas-me como propriedade tua…
Enlevo-me nesse carinho emaranhado no meu
Sob a forma de beijo…
Sinto-me pétala brilhante e nua!

Dentro de mim acaricias a alma de tesão
Domas-me os sentidos de paixão
Apertas-me na fúria das sensações…!
Arrebatas-me à realidade
Consomes o meu fogo, a minha aflição
Na fogueira imensa da insanidade!
Quero mais… Muito mais… Tudo me dás
Até ao limite de um sonho, de um sono
Até ao limite de um limbo de desejo!
Rogo então ao tempo que não passe…
Não passe… Não passe…
Fundo nossas bocas num terno beijo!

Cheio de ti até ao limiar da vontade
Agradeço a fúria, a emoção, a necessidade
De derramares em mim a lava da vida
Que me inunda a carne, a pele, os nervos…
Como mar que enche de deleite a baía!

Tudo dentro de mim se move
Lento, liquido, quente, híbrido…
Corrompe-me as entranhas de lúcido prazer!
Depois apertas-me e descansas
Como o herói cansado de tantas lutas
Feliz por tantas glórias…

Então
Uma paz enorme
Vinda dos confins da minha alma
Agitada de tanto te querer
Adormece sobre os meus ombros.

Com a tua cabeça sobre o meu peito
Deixamo-nos adormecer…



Renata

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