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10 de mai. de 2012

UMA NOITE DE MAIO





 
Na madrugada da noite,
indago, conversando comigo mesmo:
Quem é esse homem que está,
sob o silêncio da madrugada de maio
vertendo lágrimas que queimam,
abraçado a mesa do computador,
soluçando como criança?

A seguir os meus olhos fixos no reflexo impiedoso do espelho
respondem: oi, camarada, que tens?

Anda fala, falar conforta, reanima, da paz!

E naquela, tua boca,
sinto a língua travada 
com muitos nós na garganta,
atados à confissão que assim,
sob o amigo-silêncio da madrugada de maio,
rodeado de livros, folhas manuscritas pela metade, cds...
terá somente mais tristeza, prantos...poucos sonhos.

Logo miras teus os olhos em mim,
sofridos olhos desgraçados em que o pranto
desceu como rubro pássaro da realidade.

Vai, pode falar o que quiseres...

Mas antes enxuga esses teus olhos molhados,
fica alegre, sinta a paz,
pois não sou o primeiro que tens
e fora de mim não há respostas.

Eu sou o cobrador de tua sanidade
e o motivo de tua loucura...

E noite adentro, madrugada a fora,
ele voltou a falar comigo,
dentro do espelho.
 

Adaptação de letras antigas que perseguem um coração vivo.


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