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26 de abr. de 2008

Poucas Palavras Ditas... ( Janeiro de 1973 )



Instalado precoce nessa ordinária e
desumana mansão do poder,
encolho-me em meu canto preferido,
já impreguinado, a muito,
pelo suor, sangue e lágrimas,
que na solidão das dores,
fazem-me brava companhia,
podendo sentir-me,
por relances em flashes,
soberano, forte e capaz.

Nunca foi fácil, sabemos disso.
Sempre é longa a caminhada dos
em alma sofrem dos equívocos,
da frustração impotente de se ter
anseios, paraísos esculpidos nas horas
de sonho e ideais.

Não há como se cobrar coragem
aos alienados, dos desligados
aos aceites dessa situação,
fracasso-futuro, para onde nossa
casa caminha.

Quem se faz corajoso em sonhar um mundo,
um simples "Brasil Brasileiro".
Uma terra livre, onde o homem é comum
e que nessa sua vulgaridade, é único,
nobre e que deve exigir respeito.

Por onde anda a fraternidade de nossas
brasileiras, fieis representantes
dos filhos dessa terra.
Nas lágrimas, as palavras balbuciadas,
diante dos olhos transgressores
de nossos algozes,
sempre clamam por elas,
mães, mulheres, filhas,
santas ou não.

Precisamos do ser fraterno,
da alma que amamenta,
do porto seguro de seus olhares.

Essa falta nos faz mais fracos,
mais inclinados a ceder,
a deixar de lado todo o aprendizado
penoso do freio de nossa consciência.

Nesse momento sou pleno,
sou dor e paz.
E no tremer de minhas mãos
busco forças ao menos para
continuar a ser um simples
João ou José, Maria ou Teresa,
um ser brasileiro e comum que
não precise ser calado.

Com seus sonhos de um futuro
risonho, onde esse riso,
não tenha que doer tanto
ao se revelar...




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3 comentários:

R.Cássia Púlice disse...

Nem preciso comentar... Faço minhas, suas palavras...
Bendita seja a insatisfação!!!
Bjks!

eLIZ@ disse...

Numa manh� de um domingo qualquer numa cidade qualquer,num pa�s que teimam em fazer de UM QUalquer...Lendo,para passar o tempo,me vem um tempo que pessoas lutavam por um ideal,por id�ias e valores,em busca de um pa�s digno para todos e constatar que o sonho n�o se fez realidade,que milhares de vidas foram ceifadas em v�o...Que cada vez est� mais dif�cil vivermos neste pa�s da impunidade,dos esc�ndalos.� a pol�tica do por baixo dos tapetes.Existe hoje um "politicamente correto" que me enoja...Que pa�s � esse?
Que povo � esse anestesiado...medrados,que boi de piranha somos n�s?
O que vcs "ditadura" conseguiram plantar em todos n�s?
Parab�ns pelo texto!
Pena Brasil...Poderia ter sido apenas...Diferente!

Anônimo disse...

Poeta, nos diz a historia, que tudo é valido para mudar o que não está bom, os tiranos caem, os sonhos ficam, mas para isso é preciso o povo saber querer, saber escolher, saber fazer! O tempo passa rápido, mas falando com um olhar otimista, sentimos que tudo que foi feito naquela época, as dores sentidas, sangues derramados, as vidas perdidas, as idéias sufocadas e pisoteadas... deixaram rastros, marcas que não conseguiram desfazer, seus brilhos refletiram, não como esperados, mas cintilaram e a luz foi vista! Quando uma luz é acesa numa grande escuridão ela por ser pequena não atinge totalmente o espaço com sua claridade, mas deixam ao longe seu brilho! Olhos direcionam em sua direção! Cada um tem que fazer sua parte!

Não há como se cobrar coragem
aos alienados, dos desligados
aos aceites dessa situação,
fracasso-futuro, para onde nossa
casa caminha.

Quem se faz corajoso em sonhar um mundo,
um simples "Brasil Brasileiro".
Uma terra livre, onde o homem é comum
e que nessa sua vulgaridade, é único,
nobre e que deve exigir respeito.

Com seus sonhos de um futuro
risonho, onde esse riso,
não tenha que doer tanto
ao se revelar...

Hoje, estamos com uma luta talvez pior, a perda de valores humanos, do respeito familiar, o respeito aos mais velhos, da integridade individual, da palavra, do companheirismos nos ideais! Hoje o que está valendo é a interesse de cada um, não mais o coletivo! Para se alcançar o bem coletivo é preciso à restauração deste bem perdido pelo povo! Mas, eu ainda acredito que seremos um país respeitável como Nação! Parabéns poeta pela luz deixada!

Te beijo... tiro o chapéu para você!