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26 de abr. de 2010

Rival do Prazer...



24/04/2010

Gosto dos dias que ainda dormem quando levanto.
Emociona-me o silencio quase obscuro do amanhecer.
Gosto desse dia que nasce atrás de teu corpo,
desenhando tuas formas, contornos, passados sussurros...

Ao abrir a varanda, deparo com o sol, que como tu,
a pouco vem suave, surgindo em teu corpo ameno,
fazendo danças de amor, maneios de prazer,
carinho deliciosamente indecente em entrega plena de certeza.

Fixo o horizonte e o sol, ainda receoso, mostra
teu rosto semi-coberto por teus cabelos.
Percorre como holofote guiado por um devasso apaixonado,
a desnudar-te as costas,
usufruindo de teus ombros, roubando descarado, de mim,
a beleza serena de teu remanso.
Quem sabe até sabendo de teus sonhos,
tuas duvidas, tuas futuras palavras com que roubarás de vez
minha sanidade.

O mar, bem mais presente, sorridente ainda por nos banhar a pelo, em pleno prazer.
Embala esse momento, em que definitivo, te faço parte de minha vida,
de meu corpo, do meu caminho.

Teu corpo, inteiro agora, vai se revelando ao sabor do bater,
quase inaudível, das ondas no cais.
Como se o mar, amigo e sabedor de sua força,
respeitasse o meu espetáculo, o teu ser entregue, as vontades da inconsciência.

Tomando mais um gole do chá, ainda quente, não poderia esquecer nosso amor de há pouco.
As ondas amigas iam e vinham, como sem pudor, teus suspiros, teu sorriso indecifrável,
permeavam a cada movimento de posse, com que nossos corpos conquistavam um ao outro.

De inicio preocupada, ainda sussurraste que poderiam nos ver.
E daí...?
Apenas estávamos em amor.
Maldade a minha, pois sabia que ninguém poderia nos perceber.
Nesses momentos, só quem sente e vive o prazer, permanece ativo, vivo, tenso.

Pedias pelo meu prazer.
Queria que me derramasse em tuas entranhas, que te acompanhasse mais uma vez
em teu delírio.
À hora não era chegada.
Tuas forças ainda estavam vivas.
Queria te explorar, te usar, te saber toda.
No momento meu, mais forte, seria, pois estarias mais pronta e
assim, sem perguntas ou sussurros, nós vivemos, em que a entrega,
a morte, a vida, transmitiu de nossos corpos diretamente para nosso mais intimo olhar.
Gozamos ao nos olhar, ao dizer e sentir que ali, naquele efêmero instante,
nada mais importava.
Éramos apenas vontade, carne, instinto e paixão...

O sol, sem pena, descansa de vez em toda você.
E por ser cedo, mesmo aos teus estonteantes encantos,
inicio sem ruído, mas com mil verdades,
meu retorno ao nosso palco, onde brilhaste como
diva, por toda essa noite que passou.

Apenas em meu intimo, te saúdo com palmas e reverencias.

A teu lado cubro-te o corpo com apenas um pequeno pedaço
do lençol, te beijo o ombro, o pescoço, o rosto, teus olhos e
por fim te digo baixinho, na certeza que não escutarás...

... Você é linda!

Com um roçar de nossos lábios,
ajeito o corpo, cerro os olhos, soltando
um ultimo suspiro em uma alegria cansada.

Trago teu corpo para meu peito, acaricio de leve teu braço
e decido voltar a dormir...

Quase na inconsciência, ainda posso escutar...

... Obrigada amor.


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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

2 comentários:

Bruna Catharina disse...

Rilton,

ainda estou meio tonta com nosso final de semana.
Assim você me acostuma mal.
Clarinha adorou Paula e já combinaram uma série de encontros...

E agora?

Já estou com saudades e lágrimas ao ler teu poema.
Poderia ter me avisado.
O que é isso que você esta fazendo comigo?
Nem eu me reconheço. Te adoro mais que esperava,
mais que vivi.

Saudades demais.
Volta logo.

Beijo de amor.

Bruna

Nanci Cerqueira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.